História sem fim - O Início

quinta-feira, 25 de novembro de 2010


Mommy e Coleguinhas de Creche,

A pedidos de Mommy (Mommy is so good to us!) segue o primeiro capítulo dessa novela mexicana "História sem fim".

A diplomática adverte:
QUALQUER SEMELHANÇA DE NOME É MERA COINCIDÊNCIA.
ESSA HISTÓRIA NÃO É AUTÊNTICA, TÃO POUCO VERÍDICA (é de mentirinha)!!

"O Estagiário"
Primeiro dia de estágio... O estagiário feliz da vida, pois conseguira estagiar no PRIMEIRO semestre no Arquivo Público do Paraná, após árdua discussão para convencer a coordenadora do curso, a Professora Jarcilene Dicentes a assinar seu contrato. Pobre Calouro Estagiário, nem sabia ao certo o que era a Arquivologia. Ele pensava: "Teoria das Três Idades? Infância, Adolescência e Adulto? Será? "
Enfim... Procurou o RH, foi apresentado à equipe, fez ambientação. Tudo corria com normalidade, embora o estagiário não tivesse certeza se aquele procedimento era padrão, uma vez que nunca havia trabalhado na vida. Por fim, foi ao arquivo, iniciar suas atividades. O arquivista, então, disse:
- Muito bem, pegue aquela caixa e me mostre os documentos.
Eis que o estagiário retirou a caixa da prateleira e sem cerimônia abaixou as calças mostrando SEUS DOCUMENTOS. O arquivista olhou aquilo e disse rindo horrores!
- Bem, neste caso, precisaremos de duas caixas... Vejo que temos pelo menos 2 metros lineares de documentos aqui.
Passado o lastimável incidente e a crise de riso que ainda perdurou por horas, o arquivista finalmente iniciou o estagiário na Arquivologia e, devido a sua clara falta de experiência, resolveu delegar, por hora, apenas tarefas ORELHA SECA. Ele desceu e subiu caixa por horas a fio. Higienizou documentos repletos de pó (não se sabe ainda se era rato em pó, barata em pó ou fungos em pó).
Nesse sobe e desce, tira e coloca, o estagiário deparou-se com um documento muito intrigante: um cartão da Biblioteca Pública Municipal de Maringá arquivado no Fundo Delegacia de Ordem Política e Social. O estagiário se interessou pelo documento que continha uma foto, o qual estava em nome de Latrócio Gonçalves da Silva. E, ainda, o cartão continha informações pessoais, elencava a lista de livros emprestados com título, autor, data de empréstimo e data de devolução. O arquivista, com toda sua sapiência, alfabetiza o estagiário:
- Esse é um documento autêntico e verídico, olha aqui os carimbos da biblioteca e a assinatura do Latrócio. Dá pra dizer só com uma olhada: a espécie é CARTÃO DE BIBLIOTECA, o documento é original, em suporte papel. O documento é do gênero iconográfico e textual. E tá na cara que a entidade que produziu esse cartão foi a Biblioteca Pública Municipal de Maringá. É claro que a função aqui era registrar o empréstimo de livros. Certamente esse Senhor era muito estudioso. Veja quantos livros...
O estagiário não escutava nenhuma palavra, só pensava...
- Latrócio?? Nome familiar, Caralh (piiiii- censura pelo horário da postagem), esse é meu falecido avô!
Chegando em casa, empolgado pra caramba, disse à sua mãe que havia encontrado um documento do vovô Latro. A mãe, toda constrangida, responde:
- Filho, tenho algo que gostaria de lhe contar. O vovô Latro não é bem quem você acha que ele era. Ele foi considerado um subversivo na época da ditadura militar, deve ser por isso que esse cartão se encontrava na documentação da delegacia... Nessa história toda de subversão, ele conheceu a Vilma Bossef que, à época, tinha apenas 16 anos... Filho, eles se conheceram na Biblioteca Pública da Maringá, seu avó pegava livros só para encontrá-la. De fato, seu avô nem sabia ler. Aí filho, eles começaram a namorar e em seguida foram morar juntos em Santa Catarina. Seu avó foi preso 4 meses depois e tudo que restou dele foi essa nota fiscal do "hotel" que parecia mais um motel pulguento. Nunca mais o vimos. Então, a Vilma retornou para Maringá e 8 meses depois eu nasci, filho...."

(cenas dos próximos capítulo???? Diplomática do prazer semana que vem! Aguardem!)

6 comentários:

André Porto Ancona Lopez disse...

A parte da criatividade está pródiga. Sugiro que haja um pos scriptum com a análise diplomática e tipológica mais esquematizadas. Por exemplo, na narrativa não ficou claro quem é o produtor arquivístico da ficha da biblioteca. Se é a Biblioteca de Mgá, por que que o doc não estava lá, porém no local de estágio do estudante?

Anônimo disse...

profe... essas sao cenas para os proximos capitulos!!!

Rosane Karen disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rosane Karen disse...

Muito legal a história. Parabéns.

May Portela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
May Portela disse...

Já vi esta historinha em algum lugar... rs
tentaremos continuar a historia tal qual ela começou... ÓTIMA... Parabéns ao grupo.